Imagens: William Ferreira dos Santos |
Infelizmente, hoje sou obrigado a trazer uma reflexão crítica sobre a situação da nossa cidade, Chaval. Estamos em pleno século XXI, no ano de 2024, e ainda nos deparamos com questões estruturais graves que refletem a ineficiência de gestões públicas que passam por Chaval.
O período natalino deveria ser marcado pela celebração em família, pelo retorno de conterrâneos que residem fora e pelo fortalecimento das tradições que ainda mantemos vivas, como as ceias realizadas à noite e a convivência fraterna. Entretanto, é desolador ver nossa cidade receber essas pessoas de forma tão precária, a iluminação natalina da cidade é praticamente inexistente, exceto pelos pisca-piscas desgastados que encontrei ornamentando o porto, o único local com alguma decoração para as festas. com infraestrutura caótica e abandono administrativo.
Recentemente, enquanto dirigia até o Porto Mosquito, me deparei com um problema que é, infelizmente, recorrente em Chaval: os buracos nas vias públicas. O impacto foi mais do que físico; foi também um reflexo do descaso com a mobilidade urbana no município.
Consultando o plano de governo do ex-candidato e prefeito eleito, Carlinhos Gomes, disponível no DivulgaCand, fica evidente a ausência de medidas estruturadas para enfrentar esses problemas. Entre as promessas listadas, destacam-se ações genéricas como "realizar nomeações de ruas" e "aperfeiçoar a gestão disciplinar do trânsito". Contudo, tais propostas não atacam as raízes dos desafios enfrentados pela população, pelo contrário, fica evidente o distanciamento entre as promessas eleitorais e as reais necessidades do povo Chavalense.
Para compreender o impacto desse descaso, é necessário olhar os dados mais recentes do IBGE. Em 2023, Chaval registrou uma população de 12.462 habitantes, vivendo em uma área de 237,248 km2, com densidade demográfica de 52,53 habitantes por km2. Apesar disso, o PIB per capita, referente a 2021, foi de apenas R$ 8.413,49, evidenciando uma economia limitada, com dificuldades em garantir qualidade de vida aos moradores. Além disso, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) registrado em 2010 foi de 0,586, considerado baixo.
Esses buracos não são apenas obstáculos ao trânsito; também funcionam como quebra-molas improvisados e escoadouros precários de águas sujas, evidenciando outra grave questão: a falta de saneamento básico. Em Chaval,saneamento ainda significa valas a céu aberto, expondo os moradores a riscos sanitários inaceitáveis.
A Lei Orgânica do Município, no Capítulo II, seção "Da Competência Comum", Artigo 11o, destaca entre as obrigações municipais:
• Promover programas de construção de moradias e melhorias habitacionais e de saneamento básico;
• Estabelecer políticas de educação para segurança no trabalho e trânsito;
• Proteger o meio ambiente e combater a poluição;
• Preservar florestas e manguezais, evitando a devastação irresponsável;
• Proteger a fauna e flora, regulamentando a comercialização de espécies como o caranguejo.
Apesar dessas diretrizes, a realidade contradiz o que está previsto em lei. As imagens que circulam e o dia a dia dos cidadãos confirmam que ações básicas, de competência do município, não estão sendo realizadas.
Além disso, a gestão atual arrecada impostos e recebe emendas parlamentares, mas os recursos parecem não ser revertidos em melhorias essenciais. Obras deixadas por administrações anteriores muitas vezes são usadas como estratégia de marketing eleitoral, ao invés de se avançar com iniciativas realmente transformadoras.
A população de Chaval merece seriedade e compromisso por parte de seus gestores. Não é mais aceitável que problemas básicos de infraestrutura e saneamento sejam tratados com descaso, enquanto os cidadãos continuam enfrentando dificuldades no cotidiano.
A gestão atual está falhando em planejar e implementar medidas reais para atender às demandas mais básicas da população. Saneamento básico não é luxo; é um direito constitucional e deveria ser uma prioridade para qualquer governante responsável. Mas, lamentavelmente, o plano apresentado é superficial, omitindo soluções efetivas para saneamento e mobilidade urbana.
Continuarei cobrando respostas e denunciando essa negligência com firmeza, tanto aqui quanto em outros meios de comunicação. Nossa comunidade merece respeito, e Chaval não pode mais tolerar esse descaso. Minha postura é apartidária, pautada no entendimento de que, conforme Weber, a política deve ser orientada pela responsabilidade e compromisso com o bem-estar coletivo.
Willian Ferreira dos Santos - graduado em Ciências Sociais pela Universidade Estadual do Piauí (UESPI) e Dirigente Estadual do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL-PI)
Opinião
Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Chavalzada.
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