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Quadrilha "Nação Chavalense", um ato de Arte e Cultura


Arte: palavra de origem latina, "ars" significa técnica ou habilidade. Segundo o dicionário Houaiss, arte é a "produção consciente de obras, formas ou objetos, voltada para a concretização de um ideal de beleza e harmonia ou para a expressão da subjetividade humana". Para o grego Hipócrates "Vita brevis, ars longa" (A vida é breve, arte é eterna) para o poeta brasileiro Ferreira Gullar "a arte existe porque a vida não basta." e é nesse ritmo que falaremos sobre a Quadrilha "Nação Chavalense" que se apresentou neste domingo, 16, no Festival Chaval Junino - Arraiá da Nossa Terra, em Chaval/CE.

Antes, porém, irei fazer algumas considerações: Por questões de logística, não consegui assistir as apresentações do primeiro dia, no sábado, 15; no domingo, antes da apresentação da "Nação Chavalense", houve a apresentação das crianças da Creche Maria Zélia, uma fofura! e em seguida a apresentação da Escola Epitácio Brito e Ana Brito, excelentes! era perceptível a dedicação de todos ali, desde os alunos até os professores e demais membros das citadas escolas, que nesse período se redobram, doam seu tempo e empenho para fazer bonito no festival. Parabéns a todos(as)!

Nação Chavalense trouxe para sua apresentação o tema "Uma Noite dos Milagres", um conto que envolveu amor e fé: duas pequenas palavras que podem sacudir o mundo e emocionar pessoas independente de nacionalidade, etnia, credo,etc. Numa pequena cidade, no interior do Ceará, com luz a geradores (devido ao apagão na região) um grupo de rapazes, moças, mulheres, homens, amantes das artes, foram capazes de emocionar o público com uma aprestação junina recheada de elementos criativos, artísticos... a dança, o teatro, a música numa perfeição cultural tão nossa. As roupas brilhantes eram ofuscadas pelo brilho dos olhos de cada componente, o suor e o sorriso encobriam os pés machucados e as horas exaustivas de ensaios e sono.

Com enredo envolvente: Zeca Vaqueiro de fé, Ritinha apaixonada, sobrou para Santo Antônio unir esse casal. Não sou nenhum especialista em dança (nem dançar forró eu sei. rs), mas escrevo sobre o prazer que meus olhos sentiram no ritmo e na sincronização dos passos flutuantes dos dançantes. É essa mistura de dança, musical, teatro, literatura que nos traz um sensação boa por vivenciar tudo aquilo. Vivas!

Parede fácil entrar ali é fazer bonito, mas sabemos que não é para um grupo independente de dança de uma cidade interiorana, que precisa se redobrar, abdicar, suar. A arte não é fácil, nunca foi e é por isso que insistimos em escrever, dançar, cantar, pintar...sonhar, romper os grilhões do 'complexo de vira-lata*'. Somos bom sim! Nação Chavalense você é gigante!

Homenagear 'Lukinhas' e 'Gugu Pankada' foi o ápice emotivo da apresentação, dois jovens sonhadores que nos deixaram recentemente. Vaqueiros, santos(as), padres, comadres, linguajar e sotaques tão nossos... tão corriqueiros que esse enredo podia está se passando ali em uma de nossas comunidade de fato, nesse pedaço de chão nosso, por vez esquecido, não valorizado, por outras vezes tão místico, encantado... sertão-maré-Chaval, nossa Nação Sagrada.


Marcello Silva - Escritor. 




*Para o escritor Nelson Rodrigues "complexo de vira-lata" é a sensação de inferioridade em que nos colocamos voluntariamente, em face do resto do mundo. "O brasileiro é um narciso às avessas, que cospe na própria imagem. Eis a verdade: não encontramos pretextos pessoais ou históricos para a autoestima"


Instagram Nação Chavalense: https://www.instagram.com/nacaochavalense/



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