Foto: Tommaso Giarrizzo/arquivo pessoal |
Desde a primeira vez que o peixe-leão foi avistado no Ceará por pescadores, estudiosos cearenses e de instituições parceiras investigam qual o impacto da espécie invasora no Estado.
O bicho foi identificado em 2 novos locais, Itarema e na Praia de Bitupitá, mas já havia relatos do animal em Camocim, Acaraú, na Praia do Preá e em Jericoacoara.
“Visualizamos mais de 30 e capturamos 27. Toda semana, praticamente, estamos recebendo relatos de peixe-leão. Até o momento, os estudos avançaram nas últimas 3 semanas, nós localizamos em Itarema e Bitupitá”, reforça Marcelo Soares.
Os animais aparecem em até 9 metros de profundidade no Estado, conforme o que foi possível observar pelo grupo de pesquisadores. “A maioria desses registros do peixe-leão que a gente está encontrando são no que a gente chama de pesqueiros e isso é muito preocupante”, frisa.
Isso porque são em marambaias - estruturas como caixas de madeiras, pneus e até veículos que são imersos para criar uma espécie de recife artificial - e currais de peixes onde os bichos são encontrados.
Os currais são estruturas criadas para prender peixes e foi nesse caso que o cearense foi ferido. “O pescador pega a madeira, finca na rocha e cria uma cerca. Quando a maré sobe, os peixes ficam dentro desse curral e quando a maré baixa eles pegam esses peixes”, explica Marcelo.
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Os animais capturados são encaminhados para o Labomar onde são feitos estudos sobre a reprodução dos bichos. Esse é um dos pontos mais preocupantes, porque o peixe-leão não tem predador e uma fêmea reproduz a cada 4 dias pondo 2 milhões de ovos por ano.
"Estamos fazendo análise das gônadas - a parte reprodutiva -, já encontramos machos e fêmeas, mas estamos se o bicho está reproduzindo. Também estamos abrindo os estômagos dos peixes para identificar o que eles estão comendo da nossa fauna nativa"
MARCELO SOARES - Pesquisador
Os pesquisadores buscam entender quais animais especificamente estão sendo comidos pelo peixe-leão, o que deve ser detalhado nos estudos, mas já se sabe que outros peixes e crustáceos são afetados.
Além da UFC, atuam cientistas ligados ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) Campus Acaraú e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Projeto Conservação Recifal (PCR) também integram o grupo.
Como relatar um avistamento de peixe-leão
Quem avistar um peixe-leão pode entrar em contato com o Programa Cientista-Chefe de Meio Ambiente da Secretaria do Meio Ambiente do Ceará (Sema). Nesse caso, pode ser enviadas informações como local, horário e fotos do avistamento.
E-mail: cientistachefesema@gmail.com
Fonte: Diário do Nordeste
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