Foto: Marcelino Júnior |
Parcialmente isolados, é assim que se sentem alguns dos moradores do distrito de Timonha, a cerca de 40Km da sede deste Município da Região Norte do Estado. Além de apresentar muitos pontos de alagamento, a estrada de acesso foi completamente cortada pela força da água, na tarde dessa segunda-feira (9). O trecho, a cerca de 15Km da sede de Timonha, ficou completamente tomado pela enxurrada, que impediu a travessia de motocicletas e demais veículos, ao longo da tarde.
De acordo com Raimundo Pacheco, motorista de ônibus escolar, que transporta diariamente cerca de 15 estudantes, entre seis localidades, a imagem da correnteza foi vista com surpresa, já que, ao meio-dia, ao deixar o último grupo de alunos na escola, em Timonha, não havia qualquer sinal de água.
Ao retornar para pegar os alunos, Raimundo se deparou com o bloqueio. "Fazia muitos anos que essa estrada não ficava assim, completamente tomada pela água. Alguns trechos estão ruins, mas nada que se compare a isso. Eu não posso fazer a travessia com as crianças dessa forma. Terei que aguardar que as águas baixem para ir buscá-las, do outro lado. Se a estrada principal está assim, imagine as vicinais", disse.
Precipitações
A situação enfrentada pelos moradores de Timonha é reflexo da grande quantidade de chuvas que banharam Granja nos últimos dias, o colocando como o que recebeu a maior precipitação em um único dia neste ano, de acordo com a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).
Os dados foram colhidos dos postos pluviométricos de Timonha e Pessoa Anta, outro distrito, que também contabilizou grandes precipitações. Ambos registraram, respectivamente, 173mm e 162mm. As chuvas ocorreram da 7h de domingo, às 7h de ontem. Até então, a maior chuva de 2018 havia sido registrada em Mauriti, no Cariri cearense. Além dos dois postos citados, Granja teve ainda outra chuva acima dos 100mm nesse intervalo de 24h, no distrito de Adrianópolis, com 104mm.
Mas o destaque de Granja frente a outros municípios cearenses não se resume aos últimos dados pluviométricos, já que, no mês de fevereiro, passou a chamar a atenção, já que registrou precipitações 163,4%, acima da média para o mês, que é de 174,5mm, contabilizando 459,6mm. Já em março, houve também um desvio positivo, porém menor em relação ao mês anterior: 289,9mm, 2,7% acima da normal climatológica.
As previsões de chuva em todas as macrorregiões do Estado têm sido concretizadas, dentro do esperado pela Funceme, que afirma seguirem favoráveis à ocorrência de chuvas. A posição da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), localizada no Norte do Estado, e ainda a presença de um Cavado de Altos Níveis (CAN) próximo à costa leste da região Nordeste devem proporcionar mais chuvas para o Ceará, que registrou precipitações em 115 municípios.
Variação
De acordo com David Ferran, meteorologista da Funceme, as variações relacionadas à maior ou menor intensidade de chuvas no Ceará, não têm fugido às características consideradas normais para a região de Semiárido na qual o Estado está inserido. "Em temos de variação anual, têm anos que no Ceará chove cerca de 350mm, e outros, chove mais de 1.500mm. Isso é possível ocorrer, tanto ao longo do ano, como de um mês para o outro", explica.
"Uma variação bem diferenciada foi a que ocorreu nos anos de 2009, com 1.230mm, e 2012, 388mm, respectivamente. Todas as hipóteses são esperadas. Neste ano, apontamos categoria acima da média com 40% de chances e abaixo da média com 20%. Até agora, tudo está dentro das probabilidades esperadas. A previsão para esta terça-feira é de céu nublado, com precipitações em todo o Ceará", diz.
Açudes
As chuvas dos últimos dias também favoreceram o aporte de água em 80 açudes, com aumento de 31.228.125 m³ no volume total armazenado. Segundo cálculos da Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh), considerando a estimativa do volume evaporado e o volume liberado neste período, o aporte foi de 39.151.296 m³.
Entre os açudes com maior aporte, está o Itaúna, em Granja/Chaval (Bacia do Coreaú). O Ceará ainda se mantém com 106 reservatórios com volume inferior a 30%, três acima de 90%, e dez sangrando. "A região Norte segue com os maiores índices relacionados a aportes, incluindo as bacias do Litoral, onde as precipitações têm sido mais acentuadas. Temos monitorado a situação dos demais açudes, inclusive os maiores, mas que não têm mudado muito em aumento de volume. A situação é preocupante", explicou Bartolomeu Almeida, gerente Regional das Bacias do Acaraú e Coreaú (Cogerh).
Fonte: Diário do Nordeste. Link AQUI
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