Eu avisei, o presidente avisou à época. Outras tantas e mais tantas pessoas, anônimas ou ligadas à cultura, ligadas ao Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico avisaram. Mas a prefeitura não deu ouvidos ou calculou os danos que seria a instalação do Centro Pop, órgão pra atender moradores de rua no centenário edifício da rua Duque de Caxias. Sem ver nem pra quê e contrariando todas as advertências este equipamento foi inaugurado debaixo de muita banda de música.
Desde o ano passado a vida do presidente Reginaldo Pereira do Nascimento Júnior tem sido um inferno entre as paredes e o telhado do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Parnaíba. Ele já não tem as contas de vezes em que, depois de ver as instalações arrombadas e todo o acervo furtado, registrou boletim de ocorrência na delegacia. Com esta de hoje terça-feira dia 27, são dezesseis vezes. Até agora ninguém foi responsabilizado, embora todas as evidências apontem pra aqueles que são assistidos pelo tal centro.
Nesta manhã de terça-feira o presidente Reginaldo Júnior, eu e outros dois sócios do instituto, estivemos lá e na companhia de dois policiais militares pudemos ver a extensão do ato de vandalismo que este pessoal praticou. Portas quebradas, quadros, troféus do Museu do Esporte, livros, móveis, máquinas de datilografia, vasos, peças de decoração e históricas, enfim, tudo que tem ali está destruído. É um dano incalculável para a memória de Parnaíba.
Não dá pra passar a mão na cabeça desse pessoal do Centro Pop depois do que nós vimos hoje no Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Parnaíba. Colchões, sacolas com objetos furtados de lojas, cachimbos de crack, fezes, roupas sujas, imundas, chinelos, calções, garrafas de bebidas alcoólicas. Um cenário de destruição e promiscuidade! Não dá pra separar o que está ali e aquele pessoal amparado por uma secretaria da prefeitura.
O presidente Reginaldo do Nascimento Júnior está desolado. Todos nós estamos desolados e decepcionados com a prefeitura. E com toda a razão. São anos e mais anos o instituto formando um acervo e servindo de centro de pesquisas para centenas de estudantes, professores, pesquisadores de Parnaíba e de outras regiões, para assim de uma hora pra outra ser destruído!
Aquelas pessoas, assistidas pelo Centro Pop bem que merecem e têm direito a uma vida decente. Mas no meio da maioria existem ladrões, arrombadores, consumidores de drogas, doentes da cabeça. Os comerciantes daquela rua e vizinhança já não têm pra quem reclamar. Todos os dias eles reclamam da intranquilidade que se transformou aquele pedaço de rua no centro de Parnaíba. Não foi por falta de avisos!
*Pádua Marques - Escritor e Jornalista.
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