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E não sobrou nenhum – Agatha Christie | Dica de Livro | Por Maxswell Brito

A dica dessa semana é um dos livros mais significativos da carreira de Agatha Christie. “E não sobrou nenhum” é considerado pela maioria dos fãs da autora a sua melhor criação. Inclusive, em minha opinião. 

Foi o primeiro livro que li da escritora inglesa e, apesar de já ter lido outros títulos, ainda o considero como meu livro favorito.

A trama é bem desenvolvida e os personagens são bem construídos nesse romance policial que prende o leitor desde a primeira à última página, tendo um desfecho impressionante. 

O livro narra a história de dez pessoas que são atraídas à uma ilha deserta por um homem que se intitula como “U. N. Owen”. À noite, quando todos estão juntos na mansão, uma gravação é reproduzida através de um gramofone, acusando as dez pessoas por crimes que estas cometeram no passado. Todos ficam indignados, mas se veem obrigados a ficarem na ilha, pois a noite já havia chegado e o mar estava agitado. Além disso, a única forma de sair de lá seria por barco. No desenvolver da narrativa, o passado dos personagens é revelado aos poucos, mostrando as causas que levaram àquelas pessoas a cometerem seus referidos crimes.

Enquanto estão na ilha, cada personagem vai sendo assassinado, um por um, de acordo com um poema infantil que está emoldurado na parede, em uma tentativa de puni-los pelos seus crimes.

A emoção vai crescendo a cada página, uma vez que, à medida que os personagens vão diminuindo, o medo, a aflição e o estresse vão tomando conta dos restantes (e do leitor), pois não se sabe quem será o próximo a morrer e quem está cometendo os assassinatos. Nesse momento, as verdadeiras personalidades dos personagens vão sendo reveladas. 

Se você é daqueles leitores que não se aguenta e sempre lê o último parágrafo ou a última linha do livro, em “E não sobrou nenhum” não recomendo assim fazer, pois a autora aguarda o último momento para revelar o nome do misterioso assassino. Por isso, vale muito a pena ler até a última página.

Aclamado principalmente pelos fãs, “E não sobrou nenhum” foi publicado originalmente em 1939 sob o título “Tem little niggers”. No Brasil, o livro foi publicado pela primeira vez sob o título “O caso dos dez negrinhos”.

Causando discussão por ser considerado racista, principalmente quando publicado nos Estados Unidos, os “negrinhos” foram substituídos por “indiozinhos” em algumas edições. Ainda assim, o título sofreu mais uma alteração, e, por isso, no Brasil, desde 2008, publica-se o livro sob o título “E não sobrou nenhum”.

A narrativa revela-se de tão boa qualidade que já fora adaptado para o teatro no ano de 1948 e mais de doze vezes para o cinema e a televisão! Além de ter inspirado outras seis obras.

No cinema, a adaptação de maior relevância foi produzida em 1945, quando as imagens ainda eram em preto e branco. E para quem gosta de produções modernas, a BBC adaptou o romance em 2015, transmitindo um especial de natal em três capítulos. Assisti a ambas e, com a ressalva de alguns detalhes, são duas ótimas adaptações.

Não é toa que Agatha Christie coleciona uma legião de fãs com os seus livros, uma vez que são todos muito bem trabalhados, com tramas bem elaboradas, além de sempre ser difícil adivinhar quem é o assassino. Durante toda a sua carreira publicou mais de 60 títulos, recebendo, carinhosamente, o título de “A rainha do crime”.

Escrito por Maxswell Brito

Sobre o autor:
Maxswell Brito, 25 anos, amante de literatura desde que descobriu o poder de uma boa história. Começou a sua coleção em 2010 e hoje possui um acervo com quase 200 exemplares de épicos literários.



Segunda parte da postagem


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