Imensamente honrado em poder dialogar com Claucio Ciarlini. Nosso entrevistado com 14 anos começou a escrever poesias; aos 23 se formou em História. Até os 28 anos já havia lançado 3 livros e um jornal mensal de cultura que dura até os dias de hoje, onde, aos 36, foi o organizador de uma coletânea poética que contém 22 poetas revelados pelas páginas de seu impresso no decorrer de 10 anos. Ele é o professor, editor, poeta e cineasta: Claucio Ciarlini.
Confira a entrevista:
Chavalzada - Primeiramente, me fale um pouco sobre você. Quem é Claucio Ciarlini?
Claucio Ciarlini - Uma pessoa simples, com qualidades, defeitos e limitações. Que tenta mais acertar, do que errar. E que procura sempre ajudar a todos.
CH - Me fale sobre sua formação?
Claucio - Sou formado em História pela Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA (2004) e Especialista em História do Brasil pela FAP (2009)
CH – Quando e como você começou a escrever?
Claucio - Foi em março de 1996, aos 14 anos, escrevendo sobre amores platônicos e decepções. Na época não “existia” internet, então eu produzia encadernados contendo meus poemas e distribuía de forma gratuita aos amigos. Isso durou até 2004, quando, enfim, consegui lançar meu primeiro livro.
CH - Você sente mais emoção ao escrever qual gênero (poesia, conto, romance etc.)?
Claucio - Poesia, com certeza. Apesar de também gostar de me aventurar em outros gêneros, principalmente o conto e a crônica.
CH - Você é editor de um dos principais jornais culturais da região, “O Piagui”. Me fale mais sobre o jornal.
Claucio - É um veículo cultural gratuito e democrático que busca valorizar a cultura, a arte e a história, dando espaço a quem produz, independente de idade ou formação. Uma missão nada fácil, mas prazerosa.
CH – O Piagui tem uma versão digital (site) correto?
Claucio - Sim. Havíamos feito um site que funcionou entre 2009 e 2011, porém devido a alguns problemas, teve que ser fechado. Porém agora em 2017, num contexto de comemoração dos 10 anos do impresso, reativamos essa empreitada virtual e se Deus permitir, desta vez para ficar. (http://opiaguivirtual.com.br/)
CH – Quais os pontos de distribuição do Jornal O Piagui Culturalista?
Claucio - O jornal tem dois pontos fáceis de encontrar a cada mês, que é na Banca do Louro e no Sesc Caixeiral. Porém ele também é distribuído nas Universidades e algumas lojas e empresas.
CH – Quanto à literatura, quais são suas principais influências?
Claucio - Fernando Pessoa e Augusto dos Anjos são dois autores que gosto muito e que leio desde a infância. E alguns escritores da nova geração.
CH – Se dedica exclusivamente à literatura ou tem outra profissão (além de editor)?
Claucio - Sou professor dos ensinos fundamental, médio e superior, e gosto muito da área da educação, tanto quanto gosto de trabalhar com literatura e cultura. Nas horas vagas gosto de trabalhar também com direção, produção e edição de vídeos, por exemplo, filmes e documentários.
CH - Você escreve para vender ou para satisfazer seus desejos de autor?
Claucio - A escrita para mim sempre foi um desabafo, uma forma de expressar um sentimento, fosse ele alegre ou triste. E não para lucrar financeiramente. Porém, se eu vier a ganhar algum dinheiro através de meus escritos, ele será bem vindo! rsrs
CH - Como você organiza seu processo criativo: decide o que vai ser escrito e por onde começar e quais serão as fases?
Claucio - Já escrevi de várias formas nesses mais de 20 anos... Algumas vezes planejei escrever sobre algo, e consegui ou não; de outras vezes me veio à inspiração, assim, meio que do nada; ou depois de degustar uma canção, um filme ou livro; de ouvir alguma história ou dilema narrado por amigos, etc.
CH – Você já publicou três livros solo (Linhas Impensadas, Pedido de Autorização Para Pensar, Inevitável) e organizou a coletânea de poesia Versania... Fale um pouco sobre esses trabalhos...
Claucio - Meus três livros solo são compostos em sua maior parte de poesias que escrevi desde a adolescência e foram lançados num período de 5 anos, entre 2004 e 2009, de forma independente. Já o Versania foi um sonho que carreguei desde 2008, de iniciar uma série de livros aproveitando os escritores do jornal (O Piaguí), começando com o gênero Poesia.
CH - Quais suas metas? Algum projeto literário em andamento? E quanto ao O Piagui, como você visualiza os próximos anos desse periódico?
Claucio - A ideia é lançar de forma bianual uma nova coletânea, nos moldes de Versania, porém nas próximas tendo outros gêneros, como a crônica, o Conto e outros. Já o jornal, só o tempo dirá. Da minha vontade e dos meus parceiros e colaboradores, o Piaguí ainda irá durar muito, eternamente cultural, na busca de, a cada ano, se renovar e sempre aberto às metamorfoses.
CH- O que uma crítica literária significa para o seu trabalho?
Claucio - Depende muito da crítica. Positiva é sempre bem vinda, ajuda a melhorar nosso trabalho. A negativa entra por um ouvido e sai pelo outro.
CH - Sua literatura aborda temas nacionais, culturais, raciais, e grita pela desigualdade, ou apenas segue passivo sem se intrometer nestes assuntos?
Claucio - Gosto de escrever sobre tudo que me sensibiliza, desde atos de amor ou generosidade, até episódios de violência ou preconceito. Entendo como uma das principais missões da escrita, a de servir como protesto e de luta por um mundo melhor. Ou ao menos por dias melhores.
CH - Brasileiros leem em média 4 livros por ano. O que um escritor pensa sobre isso?
Claucio - Infelizmente é uma realidade que só poderá ser mudada através de uma politica que seja realmente preocupada com a Educação e com a valorização da arte, de uma forma geral, o que incluí, obviamente, a literatura.
CH – Como você avalia o mercado editorial brasileiro atualmente?
Claucio - Existem bons autores, livros e editoras. Porém ainda há muita gente para ser descoberta (publicada) e que muitas vezes não o é, porém essa situação já vem melhorando, devido ao empurrão das redes sociais e plataformas literárias.
CH – Como você analisa a literatura parnaibana (historicidade e atualidade)
Claucio - A literatura parnaibana é muito rica, desde o seu principio, ainda no século XIX e principalmente no século 20. E as gerações surgidas nas últimas décadas também não deixam a desejar, temos escritores fabulosos, alguns, inclusive, colaboradores de nosso espaço O Piaguí.
CH - Considerações finais...
Claucio - Agradeço ao Chavalzada, em nome do poeta e amigo Marcello Silva, pelo excelente trabalho realizado, pela parceria de sempre e pelo convite da entrevista. Somente com a união de quem trabalha com literatura e cultura que realmente iremos transformar nosso cenário e inspirar cada vez mais o público jovem a conhecer e participar da cena cultural de sua cidade e região.
Muito obrigado!
Obras:
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