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Quarta de Cinzas | Jailson Jr.

O cinza do céu ainda se refletia nas poças que ainda sofriam a ação de uns poucos pingos de garoa, sucedendo os efeitos de uma chuva de ainda agora pouco. Era um resto de quarta de cor do céu, naquela de cinzas, cinza. Entre testas marcadas, beijos desconhecidos e extensão silenciosa deixada por quem há ainda pouco se deliciava nos ontens sobre o que ainda restava de festa ao povo. Abaixo da sola do meu sapato preto, lama grudava e ia marcando meu caminho como um rastro na areia. Poucas almas se permitiam ainda me acompanhar, mesmo com os olhos, na curiosidade congênita de quem vive das banalidades da vida. Dadas umas poucas mesuras, até me ocupei com alguém com quem discutia algo como o sexo dos anjos ou baladas antigas, climas de outras regiões e semitismo.


De um lado a outro da rua, nada de carros, pouca coisa ali se movia à combustão de gasolina. Era mais um melisma do vento, sobre a calçada úmida e orvalhada, e o frio até me fez até querer abraçar a mim mesmo, na natural tentativa de uma insuficiente proteção dos braços, entre o afastar das costelas e a firmeza do corpo. Tive uma ideia precipitada: registrar minha visão de um primeiro de março calado, de cinzas e molhada. Na congestão inata sobre a vida, houve o contraste entre a gritaria assistida e uma consequente tarde silenciosa, vista de cima e de baixo, entre as mãos da avenida. A religião das massas tinha acabado, conjecturado. Restou-me a quarta desavisada, gutural, de fim de carnaval. 










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