Conhecida principalmente pelos tremores, o Mal de Parkinson tem sido cada vez mais diagnosticado e a tendência é que continue a acontecer nos próximos anos. Segundo o Dr. Cláudio Correa, coordenador do Centro de Dor e Neurocirurgia Funcional do Hospital 9 de Julho, isso acontece devido ao aumento da população acima dos 65 anos, faixa de maior prevalência da doença, que ainda não tem cura. No entanto, os tratamentos que aumentam a qualidade de vida desses pacientes têm evoluído. "Eles são voltados para controlar os sintomas mais incapacitantes, como os tremores e a rigidez muscular", afirma o Dr. Corrêa.
O Mal de Parkinson caracteriza-se pela degeneração dos neurônios produtores de dopamina na parte profunda do encéfalo, conhecida como substância negra. As causas ainda são estudadas. O conjunto de sintomas é formado pelos movimentos involuntários, os tremores, além de lentidão, rigidez muscular, desequilíbrio, instabilidade postural, caminhada em marcha característica, depressão e alterações na fala, na deglutição e na escrita.
O procedimento que tem sido adotado para tratar os sintomas é a Neuroestimulação Profunda do Encéfalo, que consiste no implante de eletrodos na região afetada pela doença. "Esses eletrodos são colocados estrategicamente, de acordo com o quadro clínico do paciente. Eles funcionam ligados em uma bateria, o neuroestimulador, que é colocada na mesma região que um marca-passo para o coração", explica o Dr. Cláudio.
Ele destaca que esse tratamento não é tão recente, mas que a tecnologia vem evoluindo e as baterias, que antes duravam de dois a três anos, hoje tem autonomia de nove anos ou mais. "Com isso, eles voltam a fazer atividades mais básicas do dia a dia, como abotoar a camisa ou se alimentar sem a ajuda de outras pessoas", afirma.
Isso acontece porque a neuroestimulação controla os movimentos involuntários e diminui a intensidade da rigidez muscular, sendo possível, inclusive, reduzir a quantidade dos medicamentos administrados para o controle da doença. O tratamento cirúrgico é indicado para pacientes que já não respondem satisfatoriamente à medicação e ainda não estão com os movimentos muito comprometidos. É um procedimento que pode ser realizado com anestesia local e com baixo índice de complicação operatória.
Consultoria Hospital 9 de Julho
Informações do Estadão
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