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Número de casos de microcefalia no Ceará em 2015 supera o total registrado nos últimos cinco anos

O número de casos de microcefalia registrados em 2015 no Ceará supera o total contabilizado da doença nos últimos cinco anos no Estado. Segundo o informe epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado nesta terça-feira (8), somente este ano há 41 notificações enquanto que em 2010, 2011, 2012, 2013 e 2014 juntos somaram 33 casos de microcefalia.

Os dados do Ministério da Saúde referentes ao Ceará são semelhantes aos divulgados pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesa) no último dia 4. Na ocasião, o boletim epidemiológico apontava que havia um caso confirmado de microcefalia relacionado ao vírus da zika, de uma criança que veio a óbito, e outros 40 estão sendo investigados. 

Segundo a Sesa, os casos foram registrados em 20 municípios cearenses. Desses, 13 estão entre as localidades com incidências de dengue mais preocupantes, também de acordo com a Sesa. A dengue e o zika vírus dividem o mesmo mosquito transmissor, o Aedes aegypti.

Em relação ao Brasil, o Ceará é o sétimo estado com maior número de casos. Pernambuco é quem possui mais notificações (804), seguido por Paraíba (316), Bahia (180), Rio Grande do Norte (106), Sergipe (96), Alagoas (81), Ceará (40), Maranhão (37), Piauí (36), Tocantins (29),Rio de Janeiro (23), Mato Grosso do Sul (9), Goiás (3) e Distrito Federal (1).

Conforme o Ministério da Saúde, até o dia 5 de dezembro, foram contabilizados 1.761 casos suspeitos de microcefalia, em 422 municípios de 14 unidades da federação. O número de 2015 é maior do que o dobro do total de notificações da doença registrados nos últimos cinco anos. Juntos, os casos de 2010, 2011, 2012, 2013 e 2014 somam 781.

Ceará registra um óbito

Dos 1.761 casos registrados no Brasil, foram notificados 19 óbitos, nos estados do Rio Grande do Norte (7), Sergipe (4), Rio de Janeiro (2), Maranhão (1), Bahia (2), Ceará (1), Paraíba (1) e Piauí (1). As mortes foram de bebês com microcefalia, e suspeita de infecção pelo vírus zika. Os casos ainda estão em investigação para confirmar a causa dos óbitos.

O único óbito registrado no Ceará é de uma criança de Tejuçuoca, município distante 144 quilômetros de Fortaleza, O caso já havia sido divulgado pelo Ministério da Saúde no dia 28 de novembro, após exames em um bebê com microcefalia e outras malformações congênitas. Segundo o órgão federal, foi identificada a presença do vírus zika em amostras de sangue e tecidos da recém-nascida, que veio a óbito. O Ministério apontou ainda, em análise inicial, que orisco de infecção do feto está associado aos três primeiros meses de gravidez.

Repelente usado na prevenção

Quando se trata de prevenção individual, o uso do repelente é apontado como alternativa para evitar a picada do mosquito. Outros produtos, como filtros solares, maquiagens e hidratantes, devem ser aplicados antes do repelente, que também não deve ser borrifado próximo a nariz, olhos e boca. O protetor contra insetos também deve ser colocado apenas em locais expostos ao ambiente e por cima das roupas.

Outros causadores da microcefalia incluem infecções por outros agentes, como os da rubéola,neurotoxoplasmose e o citomegalovírus. Há ainda relação com o consumo de drogas, como álcool e cocaína. Além disso, exposição à radiação durante a gravidez e alterações genéticas também aparecem como facilitadores da macrocefalia. 

Novo parâmetro

O Ministério da Saúde passou a adotar, em consonância com as secretarias estaduais e municipais de Saúde, desde o último dia 7, a medida padrão da Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de 32 cm, para a triagem de bebês suspeitos de microcefalia. Até então, a medida utilizada pelo Ministério era de 33 cm. A iniciativa teve como objetivo incluir um número maior de bebês na investigação, visando uma melhor compreensão da situação.

Informações do Diário do Nordeste


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