A pequena abertura do Brasil ao comércio internacional e a falta de escala no mercado brasileiro explicam a decisão do HSBC de deixar o Brasil. A explicação foi dada nesta manhã pelo executivo-chefe do grupo financeiro, Stuart Gulliver. No México, ao contrário, o banco continuará de portas abertas. Para explicar a manutenção da outra filial latino-americana, o executivo argumentou que o "quadro é diferente no México, onde a economia é aberta e há 11 reformas em curso".
Durante evento para atualização do cenário para os investidores do HSBC, o principal executivo do grupo explicou com naturalidade a decisão de sair do Brasil. "Os negócios têm gerado resultado abaixo do esperado no Brasil, Turquia, México e Estados Unidos. O que vamos fazer é vender o Brasil e a Turquia e mudar no México e EUA", disse Gulliver, ao ressaltar que a filial brasileira do HSBC vai se restringir a uma pequena operação para atender grandes empresas. "Vamos manter uma modesta presença no Brasil".
A venda da filial do Brasil acontece diante de dois principais problemas. O primeiro é estrutural e diz respeito à falta de abertura comercial do País. "Brasil e Turquia são economias mais fechadas com pequeno porcentual das exportações sobre o Produto Interno Bruto", disse. Números apresentados pelo executivo mostram que as exportações brasileiras, por exemplo, respondem por 10% do PIB. O mesmo indicador está em 31% no México, 23% na China e 16% na Índia.
Outro problema é do próprio banco. No Brasil e Turquia, o HSBC sofre com a falta de escala. Para ser o terceiro maior banco dos dois mercados, o executivo explicou que as filiais teriam de multiplicar o total de ativos em mais de seis vezes. Na apresentação na capital britânica, Gulliver mostrou um quadro em que mostra o HSBC Brasil com US$ 63 bilhões de ativos em dezembro de 2014. Em sexto lugar no ranking dos maiores bancos no mercado brasileiro, o HSBC está muito atrás do Santander - o quinto - que somava US$ 225 bilhões.
México
O tom para falar sobre a segunda maior economia da América Latina foi completamente distinto. "O quadro é diferente no México, onde a economia é aberta e há 11 reformas em curso", disse o executivo que destacou que a participação das exportações no PIB mexicano supera até a da China. "É lógico estarmos no México, uma economia aberta, com reformas e ligada aos EUA", argumentou.
Gulliver destacou positivamente a execução de reformas estruturais pelo governo de Enrique Peña Nieto, como as mudanças no segmento de telecomunicações e petróleo e gás, o que deve acelerar o crescimento da economia mexicana. "Isso é transformação", resumiu o executivo, ao lembrar que o México também tem sido destino de volumes crescentes de investimentos com o objetivo de exportar para os EUA como no segmento de automóveis e na indústria aeroespacial.
Informações do Diário do Nordeste
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