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Depressão: diagnóstico da doença é essencial

A felicidade é o objetivo maior de todas as pessoas, mas cada um a procura de maneira diferente. Mesmo assim, é normal que encontremos em nosso caminho dificuldades que tragam momentos difíceis e tristes. No entanto, é preciso ter muito cuidado em não confundir a infelicidade que atinge todo mundo hora ou outra, com a depressão, transtorno médico que afeta drasticamente o humor e causa sofrimento psíquico juntamente com a falta de energia para atividades cotidianas.

Estima-se que a depressão atinja até 18% da população, mas esse não é o dado mais preocupante deste problema. A falta do diagnóstico correto da doença é responsável por não haver o tratamento apropriado para cerca de um terço dos pacientes! Para as pessoas que não tem acompanhamento médico, o quadro de depressão é muito mais forte, causando sofrimento prolongado e terríveis consequências como fim de relacionamentos, perda do emprego e até mesmo suicídio.

Ainda que a depressão não discrimine a pessoa por sexo e idade, podendo afetar homens e mulheres em qualquer período da vida, na fase reprodutiva feminina a frequência do transtorno é duas vezes maior. Ainda que sejam vários os fatores que influenciem o desenvolvimento da doença – a vida social e pressão pelo sucesso, seja nos estudos ou no trabalho, efeitos psicológicos e físicos – não se pode negar a influência genética. Quem possui familiares com histórico de depressão possuem maior vulnerabilidade para que o transtorno apareça e por isso deve ter cuidado especial com os sintomas.

Em geral são três os principais sinais de que a depressão possa fazer parte da rotina da pessoa: 1) alteração do humor para o depressivo ou constantemente irritado e a falta de motivação para atividades rotineiras ou desinteresse total para o que antes lhe era agradável (até mesmo situações simples como olhar um filme); 2) diminuição da energia para os afazeres, sejam eles domésticos ou profissionais; 3) e anedonia, que é a ausência ou redução da capacidade de sentir prazer pela vida. Mesmo assim, é possível fazer o diagnóstico sem sentimentos como tristeza, contanto que haja falta de interesse pelo que antes fazia parte da rotina e era prazeroso.

Os efeitos da depressão são tão grandes que a pessoa acaba tendo seu raciocínio afetado, e isso dificulta a organização de tarefas básicas e causa desânimo para realizá-las (resultando até mesmo na falta de higiene pessoal). Além disso, o cérebro fica condicionado a focar no negativo, elevando problemas para dimensões maiores do que eles realmente possuem. Sentimentos como culpa, angústia, tristeza, insegurança e baixa autoestima se tornam algo presente no dia a dia e afetam drasticamente a qualidade de vida.

Se você se identifica com alguns dos sintomas mencionados ou conhece alguém que possa estar nessa situação, é preciso procurar ajuda médica profissional, pois é necessário começar o tratamento o quanto antes. Mesmo que hajam remédios que melhoram o quadro clínico, muitas vezes a depressão pode ser tratada sem isso, com consultas à psicólogos ou psiquiatras. Saber identificar que o que está causando a falta de prazer e motivação é uma doença é o primeiro passo para conseguir melhorar sua vida.

Drª Luciana Mesko Moraes – Psiquiatra Especialista em Dependência Química | CRM 23363




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