O Ceará registra, pelo segundo ano consecutivo, recorde em transplantes de pulmão e medula óssea. De 2013 para este ano, os transplantes de pulmão aumentaram de oito para dez, e os de medula óssea passaram de 56 para 57, sendo 55 autólogos (quando são usadas as células-tronco do próprio paciente) e dois alogênicos (quando são utilizadas células tronco de um doador saudável).
O Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (HM), da rede pública estadual, por exemplo, é o único das regiões do Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil a realizar transplantes de pulmão. Quem está à frente da equipe é o Dr. Antero Gomes Neto. “O hospital e a equipe que faz transplantes está qualificada e preparada para atender todos os casos relacionados à doença. Dessa forma, toda a sociedade ganha com isso. O nosso trabalho é consolidar o programa de transplante no Estado do Ceará. Neste momento, estamos adquirindo a maior idade nesta área e, assim, conseguiremos oferecer mais qualidade”, disse, acrescentando que ainda vê o recorde com cautela. “Temos que comemorar com os pés no chão. Temos que estar preocupados com a qualidade mais do que com a quantidade. Para continuar crescendo, precisamos trabalhar vários fatores, dentre eles, as instalações, qualificação e atendimento”, informou.
PRÓXIMO ANO
O primeiro transplante no HM aconteceu em junho de 2011. De lá para cá, foram realizados 26 procedimentos ao todo. Este ano, foram dez transplantes. Segundo Antero Gomes, espera-se que ainda neste mês seja realizado mais um de pulmão. “Essa é a nossa expectativa, de fechar o ano com 11 procedimentos. Mas depende ainda de muitos fatores, dentre as principais, da condição do pulmão do doador”, afirmou. Ele apontou que o número é considerado bom e que pretender tentar expandir para 12 em 2015. “A estimativa é que estamos projetando para o próximo ano pelo um por mês. Um número bom, pois, assim, conseguiremos que os procedimentos se tornem rotineiros e, assim, manter a equipe sempre alerta e atuante”. Em 2011 e 2012 foram realizados quatro em cada ano.
Segundo o médico, hoje, 13 pessoas estão na fila à espera de um pulmão. “Temos dez e três semiativos (temporariamente inaptos), mas tem outros sendo preparados para entrar na fila. Esperamos que estes transplantes sejam feitos nos próximos dez meses”. Antero informou ainda que o tempo de espera dos pacientes na fila é de cerca de um mês.
Com relação aos transplantes de medula, o Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), da Universidade Federal do Ceará (UFC), é o principal centro de transplantes de medula no Ceará e é o 4º estado da Região Nordeste a realizar esse tipo de procedimento. Pernambuco, Bahia e Rio Grande do Norte já são habilitados. Segundo dados da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), o HUWC é responsável por 43 dos 55 procedimentos desse tipo realizados no Estado em 2013.
RECORDE
No ano passado, foi realizado o total de 1.365 transplantes de órgãos e tecidos, recorde atual. Já neste ano, foi contabilizado 1.275, segundo informação da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa).
A secretaria informou, também, que em neste ano, até o dia 5 de dezembro, haviam sido realizados, ainda, 267 de rim, cinco de rim/pâncreas, 18 de coração, 177 de fígado, oito de valva cardíaca, 707 de córnea e 26 de esclera (membrana branca do olho).
Se comparar os números, os transplantes feitos este ano já ultrapassaram o total de 2012, quando foram realizadas 1.269 cirurgias. “Até o final do ano, a intenção é aproximar e até superar recordes anteriores, como os 1.295 de 2011 e os 1.365 do ano passado”, informou a Sesa. Desde 2007, o Ceará vem registrando recordes sucessivos de transplantes realizados ano a ano, à exceção de 2012. Foram 654 em 2007, 742 em 2008, 760 em 2009, 872 em 2010 e 1.295 em 2011. No ano passado, o Estado registrou também novos recordes de fígado, pulmão e medula óssea.
DOADORES
Segundo a Sesa, o Ceará tem se mantido entre os três estados com maior número de doadores efetivos de órgãos e tecidos para transplante. De acordo com o Registro Brasileiro de Transplantes (RBT) relativo aos três primeiros trimestres de 2014, o Ceará figura na terceira colocação do País, com 26,7 doadores efetivos por milhão da população (pmp), logo abaixo de Santa Catarina e Distrito Federal, ambos com 31,6 pmp. Em número de doadores cujos órgãos foram transplantados, o Ceará fica em segundo lugar, com 26,0 pmp, atrás apenas de Santa Catarina, com 30,5 pmp.
O Ceará, até setembro deste ano, aparecia no RBT, publicação da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), como o maior transplantador de fígado do País, com 24 pmp, à frente do Distrito Federal (20,8 pmp) e Santa Catarina (18,1). Em transplantes de pulmão, o Ceará é o segundo do Brasil, com 1,3 pmp, atrás do Rio Grande do Sul, com 1,4 pmp.
FILA DE ESPERA
De acordo com a Sesa, na lista de espera, 415 pacientes aguardam por um rim, 14 de rim/pâncreas, um de pâncreas isolado, 11 de coração, 101 de fígado, 549 de córnea e 40 de medula óssea.
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