Das 6.774 mamografias disponibilizadas pela rede pública estadual em 2013, apenas 4.194 foram realizadas – segundo dados fornecidos pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa). A diferença entre oferta e procura é alarmante. Cada mamógrafo ocioso em uma consulta significa que uma mulher deixou de saber se suas mamas estão saudáveis. Afinal, como explicaram os médicos ouvidos pelo O POVO, quanto mais tarde for dado o diagnóstico, menores são as chances para eliminação de um tumor e maiores as consequências para o corpo.
No Brasil, a mamografia e o exame clínico das mamas (realizado pelo médico, em consultório) são métodos preconizados para rastreamento do câncer na rotina da atenção à saúde da mulher. Conforme Ronaldo Correa Ferreira, oncologista da Divisão de Apoio à Rede de Atenção Oncológica do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o sucesso de um tratamento depende de um conjunto de variáveis que inclui o diagnóstico precoce, o tamanho do tumor, o grau histológico, os aspectos moleculares e genéticos das células tumorais, o estado do paciente e a qualidade do tratamento oferecido.
O oncologista ainda afirma que o impacto do rastreamento mamográfico na redução da mortalidade por câncer pode chegar a 25%. Apenas em 2013, segundo a Sesa, foram 469 mortes em decorrência da doença no Ceará. A recomendação do Ministério da Saúde (MS) é a realização da mamografia a cada dois anos e do exame clínico das mamas anualmente para as mulheres de 50 a 69 anos. Para as pacientes com idade inferior, a recomendação é o exame clínico anual e a mamografia em caso de diagnóstico suspeito. Ronaldo acrescenta que este ano devem ser publicadas as novas diretrizes para a detecção precoce da doença, atualizando o Documento de Consenso de 2004 – com base em novas evidências científicas dos últimos anos.
“Há também a recomendação para o rastreamento de mulheres com risco elevado de câncer de mama, cuja rotina deve se iniciar aos 35 anos, com exame clínico das mamas e mamografia anuais. Segundo o Consenso de Mama, risco elevado de câncer de mama inclui: história familiar em parente de primeiro grau antes dos 50 anos ou de câncer bilateral ou de ovário em qualquer idade; história familiar de câncer de mama masculino”.
A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), entretanto, já preconiza a mamografia para mulheres com idade superior aos 40 anos. Segundo a instituição, o laudo da mamografia é realizado através de leitura do exame em associação com dados clínicos dos pacientes e de outros exames fornecidos. Na mamografia devem constar: resumo clínico, descrição da composição mamária, achados associados, impressão diagnóstica e, nos casos que apresentam necessidade de esclarecimentos, sugestão para conduta a ser tomada. (Isabel Costa)
Informações do O Povo Online
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