Nascida no dia 6 de fevereiro deste ano, Laurinha, que sensibilizou corações de pessoas do Brasil e do mundo, continua sem acordar. A menina deixou a Maternidade Gastroclínica há dois meses e agora vive com o pai na casa da avó materna. O antigo quarto da mãe foi transformado em um mini hospital para atender as necessidades da criança. A família ainda tenta descobrir o que causou a morte da mãe, Paula Praciano.
Laurinha respira e se alimenta por meio de aparelhos, faz fisioterapia, terapia ocupacional e faz tratamento com o Método Padovan de Reorganização Neurofuncional – uma abordagem terapêutica que tenta reabilitar o sistema nervoso, recapitulando os movimentos do corpo, da fala e do pensamento. Tudo isso em casa, com a participação da família. “Ela tá em casa, recebendo o carinho da minha mãe, recebendo o carinho da família. Lá em casa, virou um verdadeiro hospital”, relata o tio da menina, Romeu Praciano.
Em maio, a menina deu seu primeiro choro, como quem dissesse “estou viva”, o tão esperado sopro de esperança que a família necessitava. Desde os seus primeiros dias de vida uma verdadeira mobilização foi feita pela recuperação de Laurinha, com correntes de oração e mensagens positivas. A página Acorda, Laurinha tem quase 100 mil membros. “O Brasil abraçou a Laurinha. Ela ganhou vários tios e tias pelo país”, conta Praciano.
Depois desses oito meses, a família de Laura entrou com um processo na Justiça. O inquérito investiga os possíveis responsáveis pela morte de Paula e a quase morte da criança. Mãe e filha chegaram bem e saudáveis à maternidade no dia do parto. Paula sofreu um choque anafilático, devido a uma reação negativa a um medicamento, causando uma parada cardiorrespiratória. Em razão disso, Laurinha não recebeu oxigênio da mãe e teve um edema cerebral. O pai, Ádamo Cruz, contou que a família já foi ouvida e agora a equipe médica do hospital começou a ser chamada para prestar depoimentos.
“O trauma que ela sofreu foi muito grave. Só o fato dela estar viva é um milagre. Minha filha nasceu morta”, afirmou Ádamo. Otimista, o pai espera ansiosamente por duas coisas: justiça e a recuperação completa da filha.
Informações do Tribuna do Ceará
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