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Falta de sono é fator de risco para diversas doenças

Noite mal dormida resulta em pouca produtividade no dia seguinte. Cansaço e sonolência afetam o desempenho de qualquer pessoa. Essas consequências da privação de sono são fartamente conhecidas. O que precisa ser colocado em alerta são os problemas de saúde causados pela falta de sono. Conforme o médico especialista no assunto, Daniel Chung, os distúrbios podem ocasionar sintomas diurnos, principalmente sonolência excessiva, irritação e problemas cognitivos (falta de memória e dificuldade de aprendizado). “Além desses sintomas, a má qualidade do sono pode precipitar doenças como hipertensão arterial e diabetes mellitus tipo 2”, explica o médico.

Entre os principais distúrbios do sono, pontua dr. Chung, estão a síndrome da apneia obstrutiva do sono e a insônia. “Segundo um estudo realizado na cidade de São Paulo, em 2007, com mil voluntários, cerca de 42% dos paulistanos roncam, 33% apresentam apneia do sono e 45% se queixam de insônia”, relata o especialista.

A falta de sono, segundo alguns estudos, é reflexo dos distúrbios da modernidade. O corpo está arcando com as consequências de comportamentos que adotamos na contemporaneidade. O ser humano dorme fora de hora, repousa pouco, muitas vezes não se alimenta de forma adequada e é sedentário, além de lidar com o stress da vida cotidiana. Os elementos impactam na qualidade do sono, o que precipita também o infarto, o derrame e a depressão.

Para reverter o quadro, dr. Chung esclarece que o tratamento adequado deve ser indicado de acordo com o grau e a causa do distúrbio do sono. “Pode variar desde orientações simples como regularizar o horário do sono, exercícios físicos regulares e perda de peso até a indicação do uso de aparelhos mais específicos ou cirurgias”, orienta o médico.

POLISSONOGRAFIA

A polissonografia é o exame usado para a investigação de vários distúrbios do sono. O paciente deve dormir com sensores fixados no corpo que permitem o registro das fases do sono, profundidade, da quantidade de sono REM (fase em que ocorrem os sonhos), passagem do ar pelo nariz/boca, oxigenação sanguínea, frequência cardíaca, movimentos do tórax, posição do corpo na cama, além de outros dados. Os sensores são fixados de maneira a permitir ao paciente movimentar-se durante o exame, não atrapalhando assim o repouso. O exame é indolor, não-invasivo e sem riscos.

“A polissonografia é a avaliação de múltiplas variáveis fisiológicas ao longo de uma noite de sono. Alguns dos parâmetros avaliados são atividades elétrica cerebral, níveis de oxigênio sanguíneo, esforço dos músculos respiratórios e intensidade do ronco”, destaca dr. Daniel Chung.

O Ceará desponta com um serviço pioneiro, oferecendo a oportunidade de realizar o exame de polissonografia no domicílio do paciente. As polissonografias convencionais, realizadas em clínicas de sono, geralmente são finalizadas entre 6h e 8h da manhã, a despeito da vontade do paciente em permanecer dormindo. Com a polissonografia domiciliar os horários habituais de sono do paciente são respeitados. O serviço de Atendimento Móvel já está disponível em Fortaleza.

A equipe do Atendimento Móvel se dirige à residência do cliente ao final do dia, instala os equipamentos de medição na pessoa e, no dia seguinte, retorna para retirar os aparelhos. A leitura dos exames é realizada por um médico na empresa.

Segundo dr. Chung, a polissonografia realizada em domicílio obtém resultados similares aos das clínicas, principalmente, quando há dificuldade de locomoção do paciente ou quando os horários de sono são muito irregulares. Contudo, o especialista avisa que a realização do exame “deverá ser indicada pelo médico após criteriosa avaliação clínica”.
Informações do "O Estado" por Cely Fraga

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