Você, provavelmente, já ouviu alguém, principalmente os mais velhos,
utilizarem a palavra “merréis” quando
se referem ao dinheiro, como “esse
negócio custa dez merréis”.
Coisa de roceiro? Gíria antiga? Vamos entender.
Um plano econômico relativamente recente lançou a nova moeda brasileira, o Real, que “salvou” a economia. Moeda nova?
Não. O Real, na verdade, foi a primeira moeda brasileira. Moeda essa
que vinha de Portugal, governada por um rei, portanto, tudo que vinha do
rei, era real. Daí o nome da nossa primeira moeda.
Rapidamente os brasileiros, como sempre, criaram um novo plural para “real”: réis. Assim falava-se “um real” e “dois réis”.
Mas outra coisa em que brasileiro sempre foi mestre, foi a inflação.
Com o passar do tempo, um real já não valia nada. Nada mesmo. Os antigos
foram obrigados, então, a aumentar o valor da moeda. O que antes valia
um real, agora era mil réis. Que logo, no popular, virou “merréis”.
E não se deixe enganar: o antigo real durou mais de 400 anos,
existindo até 1942, quando foi substituída por pelo Cruzeiro, por
Getúlio Vargas, numa tentativa de organizar o sistema financeiro.
Mas logo outras moedas surgiram. Algumas duraram pouco, outras mais e
a inflação sempre consumindo tudo. Boa parte da população não teve
tempo de se acostumar a usar os novos nomes, já que tínham mais de
quatro séculos de costume com os réis e merréis e as novas moedas
duravam pouco e, em alguns anos, surgia outro nome.
Até que, ironicamente, voltamos para o Real.
Fonte: Escriba Café