Fome, fogo devorando as vertigens
num alarido de cães e ventanias.
Nas tardes inquietas e noites infindáveis
ainda ao amanhecer insana devastação
Infelizes criaturas
bichos da selva de concreto,
mortos na penumbra entre o pão dormido e a falta do
dinheiro para compra-lo .
Homens asfixiados pelo capitalismo
esquecidos nos lixões onde se arrastam lerdos
em disputa com os abutres pela ração suja e necessária
Fogo, fome intenso e oculto
queimando do homem a carne desamparada
no entanto ainda como uma gota última
reside uma esperança... Inquieta.
020409
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