Já faz algum tempo que os naturalistas na África notaram algumas peculiaridades nos leões da Etiópia, país do nordeste africano.
Cientistas do Instituto Walter e Eliza Hall, na Austrália, descobriram um gene que pode nos ajudar a encontrar um tratamento para HIV, hepatite, tuberculose e outras infecções crônicas.
O gene é chamado de Arih2 e é essencial para a sobrevivência do embrião. Mas agora os cientistas descobriram que ele controla nada menos que o nosso sistema imunológico, decidindo quando ele deve ser ativado para combater alguma infecção. Daí a possibilidade do Arih2 conter alguns segredos que podem nos ajudar a combater doenças que dominam o nosso sistema – como a AIDS.
O Arih2 foi descoberto em células dendríticas, que agem como “vigias”, avisando o nosso sistema quando elas detectarem invasores estranhos.
“O Arih2 é responsável pela decisão mais fundamental e importante que o sistema imunológico tem que fazer – se a resposta imunológica deve começar e aumentar ou se ela deveria ser desligada para evitar o desenvolvimento de inflamações crônicas ou autoimunidade. Se a decisão incorreta for tomada, o organismo irá ou sucumbir à infecção, ou sucumbir à autoimunidade”, disse o líder da pesquisa Dr. Marc Pellegrini ao britânico Daily Mail.
O Dr. Marc afirmou que por mais eficaz que seja o nosso sistema imunológico, alguns organismos conseguiram desenvolver mecanismos para driblar nossas defesas:
“Durante a evolução, alguns organismos desenvolveram meios de esgotar o nosso sistema imunológico a ponto de ele simplesmente desligar, e isso é o que acontece em HIV, hepatite B e tuberculose. Esses organismos contra-atacam a resposta imunológica – esgotando as células T que são estimuladas de novo e de novo pela infecção, ficando exaustas e paralisadas. Com esta descoberta, o que nós poderemos fazer é contornar esses mecanismos e revigorar a resposta imunológica temporariamente para fortalecer o sistema imunológico e ajudar a eliminar essas infecções”, salientou Pellegrini.
O Dr. Greg Ebert afirmou que a equipe agora vai testar os efeitos de um desligamento breve do Arih2 no sistema imunológico durante infecções crônicas. “Nós estamos investigando como manipular Arih2 e como os caminhos associados promovem a imunidade em infecções crônicas dominantes, onde nós sabemos que a resposta imunológica é inadequada”, disse ele.
O Arih2 tem potencial até mesmo para virar um remédio:
O Arih2 tem uma estrutura única, que nós acreditamos torná-lo um alvo excelente para uma droga terapêutica, uma que não deve afetar outras proteínas e muito menos causar efeitos colaterais indesejados”, disse o Dr. Greg.
Segundo o Dr. Marc, a equipe está muito empolgada com a descoberta, mas ainda levarão anos para que ela resulte em medicamentos para humanos, se isso for possível.
O estudo foi patrocinado pelo Conselho Nacional de Pesquisa de Saúde e Médica da Austrália e pelo Governo de Victória (um dos estados do país).