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Envergadura intelectual e habilidade política de Dilma quase ofuscaram seu antecessor


Dilma Rousseff, 36ª pessoa a ocupar a Presidência do Brasil e primeira mulher a ser presidente, se tornou aos 64 anos de idade a 3ª dirigente mais poderosa do mundo, atrás da chanceler Angela Merkel e da secretária de Estado americana Hillary Clinton, segundo a revista "Forbes". Sua envergadura intelectual e habilidade política quase ofuscaram seu antecessor.

Um dia, Luiz Inácio Lula da Silva, quando ainda era presidente e acabara de apontá-la para sucedê-lo, disse que "ela tem uma personalidade muito forte e governará melhor que eu". Dois anos depois de ter galgado o mais alto degrau, Rousseff atingiu o inigualável índice de popularidade de 77% junto aos brasileiros, melhor que o de seu mentor. 



Apreço pelo detalhe    

Filha de um imigrante búlgaro, advogado e comunista, a jovem Dilma entrou na luta armada contra a ditadura militar (1964-1985), foi presa por três anos e torturada durante 22 dias. Ela fala muito raramente sobre seu passado e diz ter "lutado para ajudar o Brasil a mudar" e "mudado junto com ele". 
Ela só entrou para o PT (Partido dos Trabalhadores) em 2000, vinte anos depois de Lula tê-lo fundado. Seus métodos de trabalho, seu apreço pelo detalhe impressionaram seu líder. Ministra das Energias em seu primeiro mandato, ela conseguiu acabar com os frequentes cortes de energia. Durante os primeiros debates públicos para a eleição presidencial de 2010 – ela nunca havia passado pelo teste das urnas -,  faltava-lhe ritmo e ela não conseguia terminar suas frases, longas demais, empoladas demais. Mas Lula se manteve firme. Ela também. Aprendeu a usar palavras mais simples e diretas, mas sem modificar seu conteúdo.



Quando assumiu o cargo, no dia 1º de janeiro de 2011, ela começou retirando o crucifixo pendurado na parede do gabinete presidencial. Ela pediu a seus ministros que não usassem expressões como "eu acho", "eu espero" ou "talvez". E estabeleceu sua primeira reunião de gabinete para a sexta-feira à tarde, um horário em que os funcionários de Brasília costumam já estar em casa.   

O primeiro ano de Dilma Rousseff no palácio presidencial do Planalto revelou, acima de tudo, sua capacidade de resistência política – sete ministros foram afastados em 2011 por corrupção. Ela emergiu fortalecida. O ano de 2012 a colocou sob pressão em razão dos fracos resultados econômicos do país, apesar de seu intervencionismo (redução do custo da eletricidade, estabilidade do preço do combustível) e de seus planos de investimentos gigantescos, públicos e privados.


Ela se orgulha de ter seguido a política instaurada por Lula, e acentuado sensivelmente a redução da miséria e da desigualdade. "O importante", ela gosta de repetir, "é transformar o país e ampliar a classe média". A visão de um Brasil como uma potência mundial. Em seu devido lugar. 

Fonte Uol