A eliminação do Santos na semifinal da Copa Libertadores no duelo contra o Corinthians, na noite de quarta-feira, no Estádio do Pacaembu, motivou uma comparação curiosa do atacante Neymar. O craque lembrou do revés do Barcelona diante do Chelsea, na semifinal da última Liga dos Campeões da Europa, ao declarar que desclassificações como a sofrida por sua equipe, que defendia o título e era favorita a levar mais uma taça, são normais. "Não vamos vencer todos os campeonatos. O Barcelona, por exemplo, foi eliminado da Liga dos Campeões. Alguém tinha que passar e o Corinthians mereceu. É por isso está na final", disse o ídolo - que prometeu apoiar o rival que o eliminou.
"Não tenho medo de falar: vou torcer para o Corinthians ser campeão. Quero que um time brasileiro vença a Libertadores", avisou, apesar de o torcedor santista considerar o Corinthians seu principal inimigo. Universidad de Chile e Boca Juniors definem nesta quinta, em Santiago, quem será o adversário dos brasileiros na final. No primeiro jogo, disputado em Buenos Aires, os argentinos venceram por 2 a 0. Se Neymar falou em torcer para o Corinthians contra Boca ou Universidad, o técnico Muricy Ramalho já voltou suas atenções para o próximo objetivo do Santos. "Agora vamos em busca do Brasileirão", avisou ele, na entrevista coletiva concedida depois do jogo em São Paulo.
Defesa - Ao contrário de Neymar, que se mostrou conformado com a eliminação, Muricy deu sinais de seu incômodo com o desfecho do encontro com o Corinthians. "Eles jogam bem se defendendo, mas têm dificuldades para atacar. Isso acontece. O futebol apresentado foi suficiente para eles irem à final", avaliou. O técnico, porém, parabenizou o adversário pela vaga. "Qualquer um dos dois passando estaria de bom tamanho. São maneiras diferentes de jogar. Cada um tem o seu estilo. O nosso é jogando para cima. O Corinthians joga mais atrás. Não sabemos marcar o tempo todo e não mudamos nosso estilo. O duro é perder com o adversário mandando no jogo, e não foi o que aconteceu."
Com a melhor defesa da competição, com apenas três gols sofridos, o Corinthians, de fato, se baseou na forte marcação para chegar à final da Libertadores. No primeiro tempo do jogo de quarta, por exemplo, a equipe da casa chegou a montar uma legítima retranca. Os corintianos, porém, se irritaram com as críticas à sua estratégia após o jogo. O volante Paulinho, um dos heróis da classificação, procurou exaltar a atuação defensiva da equipe. "Esse é o nosso modo de jogar. Mas não é retranca", avisou. "É que eles não conseguiram infiltrar nossa defesa e agora ficam falando nisso. Mas não me preocupo nem um pouco com o que eles estão falando. O importante é ir à final."
'Honestidade' - O lateral Fábio Santos não quis rebater as declarações dos adversários que acharam que o Corinthians jogou fechado demais. Ele preferiu enaltecer o time comandado por Tite, dizendo que a equipe soube entender as características do torneio. "Cada um interpreta da sua maneira, mas temos que valorizar a nossa classificação. Futebol não é só gol nem jogar só no ataque. É também honestidade, estratégia, estilo de jogo. Conquistamos o empate e soubemos usar isso. Estamos jogando um torneio que exige isso." Nesta quinta, o Corinthians pedirá o adiamento de pelo menos duas partidas do clube no Brasileirão para poder priorizar os jogos da final da Libertadores.
(Com agência Gazeta Press)
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