O governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), decretou esta semana situação de emergência em 168 dos 184 municípios do Estado. O anúncio veio em uma reunião do chefe do Executivo estadual com prefeitos do interior cearense, onde foram discutidas ações de combate aos prejuízos nas zonas rurais e para a convivência no semiárido.
"São ações estruturantes, no sentido de implantar sistema de abastecimento d'água e cisternas, e disponibilizar crédito para o pequeno produtor", explicou o governador, que anunciou também um investimento de R$ 800 milhões para os trabalhos.
Ainda durante o encontro entre prefeitos e governo, um grupo de cerca de 400 trabalhadores rurais invadiu a prefeitura de Senador Pompeu, a 271 km de Fortaleza, para protestar por recursos contra a seca. Houve confronto com a polícia e os agricultores permanecem acampados no local.
A seca que atinge os municípios cearenses já causou perdas de safra superior a 50% para a maioria dos agricultores do Estado, segundo o governo. E a perspectiva é de um período de estiagem ainda mais prolongado, de acordo com a Fundação Cearense de Meteorologia (Funceme).
Em 2012, foi registrado um volume de chuva 48% menor do que o esperado e, em regiões como o sertão central, onde deveria ter chovido 540 mm, o registro não passou de 215 mm até agora - número 60% menor.
A seca intensa surpreendeu até os meteorologistas, que haviam previsto um ano de chuvas dentro da média. "Esse fato só havia ocorrido em 1982. A gente teve um ano de La Ninã e, normalmente, quando esse fenômeno ocorre, a nossa chuva fica dentro da normalidade", explica a meteorologista Cládia Rickes, da Funceme.
Fonte: TERRA