Lavrador desfilou por Poté, no Vale do Mucuri, com a coral, ainda viva, pendurada no pescoço
No entanto, Cristiano só não esperava que a serpente estivesse viva e o picasse novamente. “Fui para casa com dores no corpo e suando bastante e minha esposa me convenceu a procurar um médico”, disse. No hospital, o rapaz ficou menos de duas horas. No prontuário de internação constam hematomas de picada no pé e no pescoço. Recebeu soro antibotrópico e sem autorização dos médicos fugiu da unidade. “Lembrei que os povos antigos diziam que basta comer o coração da cobra para cortar o veneno. Foi justamente o que fiz. Coloquei o bicho na panela e fiz uma refeição. Depois disso as dores passaram e fui dormir”, relembrou o lavrador, que ontem foi atração na cidade. “A cada cinco minutos uma pessoa vem me perguntar por que enrolei a cobra no pescoço”, brinca o rapaz, que admitiu ter ingerido bebida alcoólica antes de tentar matar a serpente.
Tratamento médico terminado em casa
A situação surpreendeu até mesmo profissionais experientes que diariamente lidam com atendimento a vítimas de animal peçonhento. O administrador do Hospital São Vicente de Paulo, Risomar Telles, contou que o lavrador poderia ter morrido se não recebesse a vacina. “Foi uma situação inédita. O lavrador deveria ter ficado pelo menos 48 horas internado em observação. Não ficou duas horas na unidade médica e fugiu. Tivemos que terminar o atendimento no domicílio da vítima”, comentou.
De acordo com o administrador, por mês, de três a quatro pessoas são picadas por cobras na região de Poté. A maioria das vítimas são lavradores que trabalham em propriedades da zona rural. “Cobras como a coral e a jararaca são espécies endêmicas da região”, explicou Telles.
O caso também virou assunto de polícia. Devido ao risco de outras pessoas serem picadas pela cobra enquanto o lavrador desfilava pela cidade com a serpente no pescoço, policiais militares do destacamento de Poté foram acionados. “A cobra não estava morta. Ela se mexia o tempo todo. O rapaz, que estava sob efeito de bebida alcoólica, que não percebeu nada. O receio era de que o bicho atacasse outras pessoas”, comentou o autônomo Ezequiel Tolentino Silva, de 54 anos.
Fonte: hojeemdia.com
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