Até alunos bem sucedidos poderão fazer nova prova do ENEM

A liminar concedida pela Justiça Federal do Ceará para suspensão do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2010 tem gerado desconforto em alguns estudantes. No cursos preparatórios e escolas de ensino médio, o clima é de tensão. Até quem passou ileso pelo turbilhão de irregularidades poderá refazer o exame. A decisão tem efeito em todo o Brasil, mas cabe recurso.

A estudante Amanda de Oliveira Regueira, de 17 anos, lembra dos erros que presenciou na sala onde fez a prova.

— O fiscal só avisou que não deveríamos marcar o cartão-resposta de forma invertida uma hora e meia depois. Muitos já tinham marcado. A minha sorte é que eu costumo marcar o cartão só depois de terminar toda a prova.

— Os erros de digitação eram absurdos. Tinha uma conjunção solta no meio da frase e eu desconsiderei — revelou a estudante Mariana Aguiar Marques, de 17 anos, que também garante não ter sido prejudicada com os equívocos.

Amanda acredita que foi bem na prova e acha que fazer um novo exame poderia prejudicá-la.

— O gabarito oficial ainda não saiu, mas acho que fui bem. Outra prova me prejudicaria até porque é cansativo. O calendário de provas está lotado. Se eu realmente tiver ido bem, e outros amigos estiverem na mesma situação, vou recorrer.

Indenização

No entanto, o secretário geral da OAB Nacional, Marcos Vinícius Furtado Coelho, explica que o ideal seria que todos refizessem o exame.

— O objetivo do Enem é avaliar o aluno e as instituições de ensino de forma comparativa. Se apenas parte dos alunos fazem o exame, o segundo objetivo (análise das instituições) fica prejudicado. Claro que, qualquer que seja a decisão tomada, trará consequências negativas.

Caso o aluno queira indenização por ter de refazer a prova, mesmo tendo sido bem sucedido, Coelho afirma que a possibilidade só ocorre se o candidato provar danos materiais.

— Se, por exemplo, o aluno precisar se locomover de forma aérea para o local da prova até pode ser ressarcido. Mas danos morais creio que não porque se submeter a uma nova avaliação não significa constrangimento.

Com informações do Extra Online.